segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Pressão arterial elevada assintomática no pronto-socorro: Clinical Policy American College of Emergency Physicians (ACEP)


Ainda abordando o tema do paciente com pressão arterial elevada, trazemos ao blog a Política Clínica oficial do ACEP.

Sob o título de 'Clinical Policy: Critical Issues in the Evaluation and Management of Adult Patients in the Emergency Department With Asymptomatic Elevated Blood Pressure', ela foi publicada no Annals of Emergency Medicine em Junho de 2013, com provável atualização em 2016.

Essa é uma publicação que representa a posição oficial, baseada em evidências, dessa grande sociedade médica americana.

Nessa publicação, foram abordados duas temas de relevância clínica ao médico emergencista e feita uma extensa revisão literária para mostrar a melhor evidência para responder aos questionamentos:


As questões clínicas foram:
1) No PS, pedir exames para pesquisa de lesões em órgão alvo de indivíduos assintomáticos reduz a taxa de eventos adversos ?
2) Nos pacientes com aumento de PA, intervir medicamentosamente no PS reduz a taxa de eventos adversos ?

Esssa revisão incluiu pacientes acima de 18 anos, não gestantes, sem qualquer sintomatologia e  com nível de PAS > 160 e/ou PAD > 110, de acordo com a classificação do estágio 2 do VII JNC.

Vamos as conclusões:

1) No PS, pedir exames para pesquisa de lesões em órgão alvo de indivíduos assintomáticos reduz a taxa de eventos adversos?
- Não recomenda-se  realização rotineira de exames para pesquisa de lesões em órgão alvo, tais como ECG, função renal ou urina tipo 1.
- Em uma população com baixo acesso a cuidados de saúde, esses exames, sobretudo a função renal, podem ser solicitados no sentido de se detectar alguma anormalidade que pode justificar internação hospitalar. 

Veja que não se está dizendo que esses exames não são úteis para o manejo clínico do doente hipertenso, mas sim questionando qual a real utilidade de fazermos isso no departamento de emergência.

2) Em pacientes com PA elevada e assintomáticos realizar intervenção medicamentosa no PS reduz a taxa de eventos adversos?
- Na maioria dos pacientes nessa situação a intervenção médica no PS não é necessária.
- Em alguns pacientes, sobretudo os que tem baixo acesso a saúde, o médico pode iniciar o tratamento anti-HAS ainda no PS, ou seja, podemos dar uma receita de anti-hipertensivo para uso crônico e não que devemos dar medicação no próprio PS e 'aguardar' a pressão baixar!
- Todos os pacientes devem ser prontamente encaminhados para acompanhamento ambulatorial em curto prazo

Para maior detalhamento sugere-se a leitura do artigo, que é disponibilizada aqui.



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