A iniciativa 'Choosing wisely' ocorre sob a tutela da ABIM Foundation e, de maneira resumida, objetiva abordar, dentro de cada especialidade, quais são as atitudes relevantes, muitas vezes feitas de maneira erronea, que deveriam ser analisadas com mais atenção por médicos e pacientes.
Na área da Cardiologia, a sociedade responsável foi o American College of Cardiology e as 4 recomendações foram:
1) Não faça faça exames de imagem com stress ( p.e.ecocardiograma com dobutamina, cintilografia miocárdica de perfusão com dipiridamol) ou métodos avançados não invasivos de diagnóstico por imagem (p.e. ressonância cardíaca ) em pacientes SEM sintomas cardíacos a menos que marcadores de alto risco estejam presentes.
Pacientes assintomáticos, de baixo risco, perfazem mais de 45% dos rastreamentos desnecessários de doença coronária. Em doentes sem sintomas, os testes deveriam ser feitos somente quando achados de alto risco fossem detectados: presença de DM em maiores de 40 anos, doença arterial obstrutiva periférica ou presença de 2 ou mais fatores de risco para doença cardíaca
2) Não faça faça exames de imagem com stress ( p.e.ecocardiograma com dobutamina, cintilografia miocárdica de perfusão com dipiridamol) ou métodos avançados não invasivos de diagnóstico por imagem (p.e. ressonância cardíaca ) para seguimento de pacientes assintomáticos.
Realizar exames de imagem com stress ou métodos avançados não invasicos em pacientes sem sintomas com base em algum protocolo de rastreio (p.e. a cada 1 ou 2 anos após um procedimento cardíaco - p.e. após cateterismo) raramente irá resultar em alguma mudança na terapêutica desse doente. Essa prática, contudo, pode levar ao paciente ser submetido a exames invasivos desnecessários e a exposição a um excesso de radiação sem nenhum benefício comprovado. Uma possível exceção a essa recomendação, seriam pacientes com mais de 5 anos após uma cirurgia de revascularização miocárdica.
Estes testes não acrescentam nada a pacientes que serão candidatos a cirurgias de baixo risco cardíaco intrínseco ( p.e. cirurgia de remoção de catarata ). Sendo assim, não vão mudar o manejo do ato operatório do doente e ainda aumentam os custos de saúde pública associados ao procedimento.
4) Não peça ecocardiograma transtorácico como parte do seguimento de rotina de paciente assintomáticos com discreta alteração em valvula nativa que não tenham apresentado nenhuma alteração em sinais e sintomas.
Pacientes com alterações em valvas nativas usualmente evoluem anos sem sintomas antes que ocorra algum sinsal de deterioração. Realizar um ecocardiograma não é recomendado nesses pacientes a menos que ocorra alguma mudança em seu status clínico.
Acesse o pdf contendo essas recomendações na Cardiologia em outras áreas aqui:
Acesse o site institucional do Choosing Wisely e conheça mais sobre a história dessa iniciativa:
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