segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Como nomear corretamente as variações anatômicas da artéria descendente anterior ?


Discutindo uma coronariografia em um paciente com síndrome coronariana aguda (SCA) seu assistente fala: ‘Essa é uma bela DA tipo IV, você percebe?’

Você concorda rapidamente, mas no fundo está pensando: ‘Não sabia nem que a DA tinha uma classificação anatômica e muito menos que eram 4’.

Se ninguém nunca te contou agora vamos te contar.

Sumariamente, a circulação coronária é dividida em 2 grandes grupos: território direito -representando pela artéria coronária direita (ACD) – e o território esquerdo – representando pela artéria coronária esquerda (ACE).

A ACE possui uma porção inicial denominada tronco de coronária esquerda (TCE) que subdivide-se em artéria circunflexa (Cx) – que irá ser responsável pela irrigação da parede lateral do ventrículo esquerdo (VE) e uma porção da parede inferior – e a artéria descendente anterior (ADA) que irá irrigar a parede anterior do VE, uma porção de sua parede lateral e 2/3 anteriores do septo interventricular.

A ADA por sua vez pode ser subdividida em 4 tipos:

Tipo I: ADA curta, não irriga o ápice do VE.
Tipo II: A ADA divide com a ACD a irrigação do ápice do VE.
Tipo III: ADA irriga sozinha toda a região do ápice
Tipo IV: ADA irriga todo o ápice do VE além de ultrapassa-lo e irrigar a parede inferior do VE em aproximadamente 25% de sua extensão.

Veja a ilustração abaixo:

Fonte: Retirado de Left Anterior Descending rtery Lenght and coronary atherosclerosis in apicl ballonging syndrome ( veja referência na leitura sugerida)


Leitura sugerida: 

John Hoyt, Amir Lerman, Ryan J. Lennon, Charanjit S. Rihal, Abhiram Prasad. Left anterior descending artery length and coronary atherosclerosis in apical ballooning syndrome (Takotsubo/stress induced cardiomyopathy). Letters to the editor. Internatiol Journal of Cardiology, 5 November 2010, Pages 112–115. Disponível aqui

Perlmutt LM, Jay ME, Levin DC. Variations in the blood supply of the left ventricular apex. Invest Radiol 1983;18:138–40.

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